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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

como iniciar sua criação de galinhas

Introdução: Avicultura Alternativa.



Desde que foi introduzida no Brasil, na década de 90, fala-se muito das vantagens de adotar este sistema de criação, onde o objetivo é criar aves para a produção de carne e ovos, fora dos moldes industriais: confinamentos com altas densidades e rações extremamente balanceadas para ganho de peso e conversão no menor tempo possível.

O sistema alternativo foi impulsionado a partir da introdução, no mercado, da linhagem "O CAIPIRA FRANÇÊS", mundialmente difundido, principalmente na França com selo de controle de qualidade denominado "Label Rouge",(Selo Vermelho).

"O CAIPIRA FRANCÊS" foi selecionado e desenvolvido especialmente para o mercado alternativo e ecológico, que na França representa cerca de 30% do mercado doméstico de frangos. No Brasil ja é uma realidade, com grandes perspectivas, até por parte de empresas tradicionais na área de frango industrial.

Existe hoje um público, que forma um nicho de mercado a ser explorado, exigente por um produto natural, de sabor leve e diferenciado, com pouca gordura e maior concentração de proteínas e minerais, ressaltando a textura da carne que é macia, porém firme.

"O CAIPIRA FRANÇÊS" no sistema de criação semi confinado ou mesmo em liberdade total, destaca-se em relação ao tradicional de "Terreiro", "Capoeira" ou mesmo simplesmente "Caipira", no aspecto produtividade e precocidade sexual.

Enquanto "O CAIPIRA FRANÇÊS" leva apenas 90 dias para atingir 2.300g para abate e a galinha põe os primeiros ovos com apenas 4,5 meses, atingindo a marca de 200 ovos por ano, o "CAIPIRA" Tradicional macho, precisa de até 240 dias para atingir o mesmo peso e a fêmea só começa a colocar ovos ao atingir 6,5 meses, produzindo no máximo 100 ovos por ano.

Assim sendo, "O CAIPIRA FRANÇÊS", pela sua seleção genética específica, tornou-se um excelente negócio, entre pequenos, médios e grandes produtores de carne e ovos diferenciados, enquanto o tradicional fica sem expressão econômica para uma escala maior, contentando-se com a qualificação de galinha de fundo de quintal.

 No Local

Galpão


GALPÃO: Quando existe alguma instalação na propriedade que possa ser adaptada ao criatório de aves, esta pode ser utilizada, desde que respeite as mínimas condições necessárias a atividade. O galpão deve ser construído de maneira a ficilitar o recebimento de pintainhos, abastecimento de água e de alimento e a retirada de animais adultos, a cama (adubo), limpeza e a desinfecção, além da preocupação com as normas sanitárias e prevenção às doenças. A orientação solar correta é no sentido LESTE-OESTE de maneira que o sol transpasse sobre a cumeeira nos meses mais quentes do ano.

O galpão é formado das seguintes partes:

Base
Chão batido a partir de material argiloso molhado e socado até ficar uma superfície lisa ou usar massa de cimento, brita e areia lavada na espessura de 2,5 cm.

Colunas ou Pé direito:
Responsável pela armação lateral e a sustentação da cobertura, deve ter no mínimo 2,0 m para galpões pequenos de até 20m² e 2,80m para galpões maiores. Pode-se usar madeira tratada, postes de cimento, pré-moldados ou ferro.

Tesouras:
As tesouras servem para a sustentação do telhado, é usada normalmente, madeira tratada, podendo ser substituída por pré-moldado ou ferro.

Telhado:
É a cobertura, que tem a função de proteger o galpão do sol, da chuva, do frio e do calor. Usa-se telhas de cimento - amianto, telhas de barro, zinco, alumínio, ou confeccionados com palhas de palmeiras e outros.

Mureta:
Construída em toda a extensão nas laterais e cabeceiras do galpão, tem de 20 a 45 cm de altura, conforme a temperatura da região. Usa-se tijolos, pré-moldados, concreto armado, bloco de cimento, madeiras roliças deitadas ou tábuas beneficiadas. Tem a função de fixar a tela e de proteger as aves de animais que podem entrar por baixo.

Tela:
Deve ser instalada sobre a mureta em toda a extensão do galpão nas laterais e cabeceiras. A fim de proteger contra os predadores das aves e proporcionar uma melhor ventilação quando necessário.



Cortinas:
As cortinas são feitas de material específico, para suportar as adiversidades do tempo. Estão disponíveis no mercado em duas cores básicas: amarelo e azul. A instalação é feita sobre a tela e fixada na parte inferior, com fechamento efetuado de baixo para cima, com roldanas, de maneira a oferecer condições de regulagem quanto a altura, podendo hora o galpão ficar completamente fechado ou meio aberto, controlando desta maneira o ambiente ideal às aves dentro do galpão, conforme as exigências de conforto térmico em relação a fase do desenvolvimento.

Porta ou Portão:
Dependerá do porte do galpão. É a via de acesso ao interior do galpão para as tarefas diárias de alimentação, coletas da produção, inspeção dos animais com retiradas de aves que normalmente morrem, limpeza dos equipamentos, retirada da cama, quando do abate das aves e recebimento de pintos e rações.

Portinholas
Acesso das aves ao pasto, após completarem os 30 dias de vida. Estas portinholas devem ser feitas nas laterais dos galpões com medidas de 2,0 x 0,50 m, fixadas com dobradiças na parte superior da abertura a fim de abrir para cima, todas os dias de manhã e fechar facilmente a noite depois que todos as aves já se recolheram.

Dimensões:
O galpão como apresentado fica fácil de entender e mesmo ser construído. Os modelos sugeridos para a criação do CAIPIRA FRANCÊS ficam muito próximo do quadrado ou levemente retangulares, uma vez que para este sistema há necessidade de um terreiro (área de pastagem). Recomendamos que o mesmo seja em forma de círculo em torno do galpão ficando assim o mais centralizado possível, facilitando tanto o pastoreio das aves como o aproveitamento real de todo o espaço destinado a este fim.


Medidas dos galpões modelos CAIPIRA FRANCÊS
Comprimento Largura Altura Área
5m 6m 2,7m 30m2
7m 8m 2,7m 56m2
12m 10m 2,7m 120m2


Capacidades
30m2 300 Frangos 240 Galinhas
56m2 560 Frangos 450 Galinhas
120m2 1200 Frangos 960 Galinhas

Terreiro (Área de Pastagem)


"A LIBERDADE É UM CONCEITO". Este conceito se prende a um patrimônio: A criação tradicional de galinhas caipiras, soltas, livres, sem limitações. Mas a criação evoluiu com o tempo, e hoje temos para o CAIPIRA FRANCÊS as noções de HABITAT LIMITADO E DE TERREIROS ILIMITADOS. As áreas de pastagens deverão permitir às aves:

A utilização máxima do espaço natural em torno do galpão;
Fazer exercícios tanto quanto queiram;
Ir tão longe quanto queiram a fim de encontrar o complemento natural para a sua alimentação;
Expor-se ao sol sem limite de tempo;
Recolher-se à sombra quando necessitarem;
Banhar-se com terra à vontade;
Alimentar-se na pastagem formada na quantidade desejada.
Somente os pequenos galpões (modelo CAIPIRA FRANCÊS), com medidas inferiores a 150m² de área, em que são criados lotes máximos de 1200 frangos ou 960 galinhas, permitem a realização destas condições: pastagens continuas durante toda a vida do lote. Contudo, as cercas podem ser usadas para a proteção dos jardins, plantações, casas e galpões de outra exploração, usando para o mesmo telas de arame, bambu, madeira, alvenaria ou mesmo pré-frabricados, e essas devem ter aproximadamente 1,80 m de altura. Sempre atento ao conceito de liberdade, recomendamos que os terreiros sejam em forma de círculo em torno do galpão (que é próximo da forma de um quadrado), para que fique bem centralizado melhorando a distribuição das aves e facilitando o manejo.

Tamanho:
O tamanho esta relacionado com as dimensões do galpão, a quantidade de aves a serem criadas, a qualidade e quantidade de pasto na área. Sendo que o mínimo necessário é dispor de 3,0m² por ave, e de nem uma forma deve dar idéia de fechamento ou aprisionamento das galinhas e frangos.

Pastagem:
A pastagem deve ser do tipo que se propaga por mudas (estoloníferas), com alta concentração de proteínas e de fácil adaptação a região a ser plantada. As melhores são "estrela africana", "tifton 85", "coast cross", "kikuio" entre outras que as aves aceitam bem para o pastoreio. Neste local devem permanecer as árvores nativas ou plantadas, na falta destas serão providenciados os sombrites (abrigo artificial) contra o sol, confeccionado com sobras de matérias da propriedade, palha de babaçu, coqueiro ou mesmo capim seco trançado. O sombrite tem um formato de um guarda-chuva, onde finca-se um poste deixando mais ou menos 2,0m de altura e arma-se um telhado redondo em cima com diâmetro de 2,0m. Em baixo é instalado um bebedouro pendular automático para cada 200 aves e um tipo de cocho caipira, feito de tijolo, madeira ou com meia manilha de concreto de 30cm, para 100 aves, onde deposita-se a "Alimentação Alternativa" todos os dias no período da tarde.

Manejo para recebimento dos pintainhos:

Com o galpão desinfetado e com a cama nova espalhada, procede-se a montagem dos círculos de proteção, onde as chapas flexíveis são unidas com grampos de madeira ou ferro afim de formar um circulo de diâmetro de mais ou menos 3,0m para cada 600 pintainhos, logo após, instala-se no centro do círculo a campânula com uma altura mínima de 50 cm da cama, procede-se a forração da cama com papel e distribui-se os 6 bebedouros com água com açúcar e sal. Usa-se açúcar (1kg ) e sal (100g) para 25 litros de água fresca. Após fecha-se o galpão e mais ou menos 1 hora antes dos pintainhos chegarem liga-se as campânulas para que o ambiente e a água fiquem na temperatura adequada. A temperatura ideal na primeira semana, medindo com termômetro a 15 cm da borda da campânula e a 5,0cm da cama é de 32 graus centígrados e para a segunda semana deverá ficar em 29 graus, na terceira em torno de 26 graus e daí ate ficar com a temperatura ambiente. Uma regra ideal para verificar se a temperatura esta correta é observar a distribuição das avezinhas:

* Pintainhos amontoados embaixo da campânula, piando e disputando espaço é sinal de deficiência de calor. A campânula está com a regulagem de chama no mínimo, está instalada alta de mais em relação a cama ou está desligada.

* Pintainhos dispostos nas laterais e encostados nas chapas do círculo, afastado ao máximo da campânula, geralmente com bico aberto e disputando os bebedouros é sinal de excesso de calor. A campânula está com a regulagem de chama no máximo, está instalada baixa de mais em relação a cama ou a temperatura externa é muito alta.

* Pintainhos todos agrupados de um só lado do circulo e próximo da campânula, piando muito e disputando espaço é sinal de deficiência de calor por corrente de ar, vindo de uma porta aberta, cortina baixa ou cortina rasgada.

* Pintainhos dispostos uniformemente em todo o circulo comendo, bebendo, dormindo e em silencio é o sinal da normalidade, o calor está ideal e o ambiente está correto.

Dar água antes da ração:

A água deverá ser administrada durante 2 horas antes que os pintainhos recebam a ração para melhor hidratá-los. É importante observar se todos estão bebendo, apalpar vários pintainhos para verificação. Se for preciso, aumente o numero de bebedouros e ainda aumente a luminosidade dentro do círculo.

A Alimentação:



A primeira ração que vai até os 30 dias, deverá ser do tipo inicial, sem ou com o mínimo possível de farelo de trigo. Esta deverá ser distribuída nas primeira 12 horas sobre o forro de papel nos círculo e após o período de 2 horas de água. Em seguida distribui-se os comedouros infantíl na proporção de 1 comedouro para 100 pintainhos, intercalando com os bebedouros. A ração que por ventura sobrar sobre o papel, deverá ser removida.

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